quarta-feira, novembro 30, 2005

Mário Cesariny



poema

Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto tão perto tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco

P.S: Mário Cesariny recebeu hoje o Prémio "Vida Literária" e a Grande Cruz da ordem da Liberdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
tua boca velada
é ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
do que o dirias.
O que és não vem á flor
das caras e dos dias.

Tu és melhor muito melhor!
Do que tu. Não digas nada.
Sê alma do corpo nu
que do espelho se vê.