poema
Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto tão perto tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco
P.S: Mário Cesariny recebeu hoje o Prémio "Vida Literária" e a Grande Cruz da ordem da Liberdade.
1 comentário:
Faz-me o favor...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
tua boca velada
é ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
do que o dirias.
O que és não vem á flor
das caras e dos dias.
Tu és melhor muito melhor!
Do que tu. Não digas nada.
Sê alma do corpo nu
que do espelho se vê.
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