quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A crise: as razões económicas e sociais

A União Europeia vive actualmente um momento de estagnação ou de fraco crescimento económico, o que veio a agravar o desemprego na União Europeia. Relacionado com este facto, apontam-se como causas a rigidez excessiva dos critérios das políticas monetárias da União Europeia, que não permitem utilizar certos instrumentos para que se ultrapasse essas crises, como é o caso da proibição de défices orçamentais superiores a 3% do PIB, de uma divida Pública superior a 60% do PIB, além de que, com o euro, deixou-se de se poder desvalorizar as moedas para tornar mais fácil as exportações, os sucessivos aumentos dos preços do petróleo nos últimos tempos, a concorrência de potências económicas emergentes, como é o caso da China e da Índia, a deslocalização das multinacionais para os países de mão de obra barata, como se verifica nos países do leste e do extremo oriente.
A questão da China é extremamente importante. Sendo um país que está a crescer a uma média elevadíssima, dispondo de factores que fazem com que seja difícil rivalizar com os seus processos de trabalho, tendo em conta a mão de obra barata e que trabalha muito mais do que os trabalhadores europeus, torna-se urgente apostar em sectores de produção de cariz tecnológico superior, em que não haja uma concorrência directa e baixando ao nível chinês.
As assimetrias geográficas são mais evidentes e os Estados-membros mais vulneráveis estão a sofrer de uma maneira violenta os efeitos da crise. Coloca-se portanto em causa o próprio modelo económico e social europeu, que está em vias de colapso, devido ao problema da sustentabilidade das seguranças sociais. Numa Europa cada vez mais envelhecida, torna-se urgente reformular-se o modelo social, sob pena de se colocar em causa as gerações futuras e a as futuras pensões dos cidadãos europeus.
Esta crise económica veio demonstrar também que existe uma grave crise social na Europa. As tensões com a imigração estão mais à vista do que nunca., como é patente nos acontecimentos recentes em França, em que milhares de imigrantes e filhos de imigrantes nascidos já em França, originaram vários distúrbios em diversos pontos do país, expondo a nu uma grave crise social que se regista nesse país, mas também noutros da Europa. O receio da imigração dos países de leste e dos africanos, veio a perturbar ainda mais os nacionais dos Estados-membros, ainda para mais numa altura de crise. Foi esse também um dos fundamentos da rejeição da Constituição Europeia em França, ainda para mais depois de entrar em vigor a Directiva Bolkestein, sobre a prestação de serviços, “em que se consagra o principio da aplicação do regime no pais de origem, com a consequente ameaça de dumping social vindo de leste e de ainda maior agravamento da situação do emprego”.
Para além de tudo isso, no que toca à questão da entrada da Turquia, sente-se na Europa um forte cepticismo á adesão, não só por motivos de haver fortes suspeitas de não respeito dos direitos humanos por parte desse país, mas também porque receia-se que a Turquia seja um facto de instabilidade social e de entrada no seio da União Europeia de mais fanáticos terroristas, que pusessem em causa a estabilidade social que se respira na Europa a esse nível.


2 comentários:

Anónimo disse...

Você fala mt, td mt direitinho e certinho. só falta é apresentar soluções...

Ass: sem caldeirão nem varinha

DSF disse...

Calma! A conclusão está para breve! Be patient!