sábado, fevereiro 04, 2006

A crise: posição de Portugal

Portugal tem sido, desde a sua entrada na União Europeia, um país que, de uma maneira geral, tem apoiado as grandes decisões da União, tendo sido inclusive, um dos países fundadores do Euro. Os dois grandes partidos portugueses, quer estejam em governo, quer em oposição, nunca demonstraram grandes divergências do modelo que está a ser seguido no seio europeu, sendo ambos da opinião de que a Constituição europeia seria benéfica para o futuro da união europeia, como para o de Portugal.
Observando estes 20 anos de experiência comunitária, julgo que quando se olha para a União Europeia, olha-se para uma fonte de rendimentos, e pouco mais que isso. Há um certo afastamento e um certo desinteresse por parte dos portugueses em geral acerca das movimentações no seio comunitário e na importância que isso tem diariamente na vida da população. Referindo mais uma vez o exemplo da abstenção que se verifica nas eleições par ao Parlamento Europeu, não há em Portugal uma verdadeira cultura de se incentivar e aprofundar a vivência na União Europeia, além de que há pouco esclarecimento por parte dos cidadãos acerca do assunto em causa.
Portugal tem sido nos últimos tempos um dos países que mais gravemente tem sentido a crise que se vive na União europeia, principalmente a económica. Ao estar sujeito a choques assimétricos, principalmente por estar tão dependente da Alemanha, houve uma grande quedas nas exportações. Ainda para mais, tendo seguido nos últimos uma política de cumprimento, pelo menos formal, do Pacto de estabilidade e crescimento, esteve sujeito às fortes desvantagens e sacrifícios do cumprimento do rigor orçamental, neste período de crise.
Olhando agora para o futuro, deverá Portugal ser um membro cada vez mais favorável à concertação de políticas europeias que serviam o bem comum europeu, mas deve também ser uma voz de protesto sempre que se ponham em causa os interesses dos “pequenos países”, em benéfico dos “grandes”. Deve ser também uma das portas para o Atlântico da União Europeia, explorando bem a componente marítima, além de um dos defensores da “revisão das regras (...) do Pacto de Estabilidade e Crescimento”. Deve também bater-se por uma posição em que não perca relevância ao nível de voto no seio do Conselho Europeu, refutando todas as propostas nesse sentido, como é o caso da proposta da Constituição Europeia, que reduziria o poder de voto de 4% para 2%, além de ser importante para um país pequeno como é a situação portuguesa, de gozar o privilégio de receber uma presidência da União Europeia, o que resulta do principio da rotatividade das presidências, que a Constituição Europeia quer acabar.

2 comentários:

ATG disse...

Brevemente, o Método Guerreiro neste blog sobre estes posts! Depois do exame de Comunitário II, claro!

ATG disse...

já se escrevia aqui! Isto parece ter teias de aranha!